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Archive for 18/02/2010

Carnaval da CEBI recreou século XX português

LOCAL. Algumas das grandes figuras que marcaram o século XX em Portugal foram recreadas no Desfile de Carnaval da Fundação CEBI, no passado dia 12.

Mário Caritas

Com o mau tempo a atrapalhar o plano inicial de desfilar nalgumas ruas do centro de Alverca, como é tradição, o Desfile de Carnaval da Fundação CEBI acabou por se realizar dentro de portas, mas mantendo o brilho dos carnavais de anos anteriores. Mais de um milhar de figurantes, entre alunos e educadoras/funcionários, recrearam vários momentos e figuras que marcaram o século XX português, tendo como mote central a celebração dos 100 anos da implantação da República e queda da Monarquia (1910-2010) em Portugal.

E assim lá foram todos à descoberta, trajados inicialmente à aviador, tal como o fizeram Gago Coutinho e Sacadura Cabral na célebre Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul Portugal-Brasil (1922), ali recreada magistralmente. Algumas réplicas do hidroavião utilizado nessa altura cruzaram mesmo o céu da CEBI, num momento cénico bastante vistoso. “Está a ser muito giro, muito divertido. Estamos mascarados a tudo: primeiro somos aviadores, depois médicos, escritores e agora até vamos ser fadistas…!”, dizia-nos, entusiasmado, o pequeno Daniel Silva, de 10 anos.

De facto, mais do que recordar personagens ilustres, os alunos encarnaram a pele de algumas das grandes figuras que marcaram o século. “É um elogio aos portugueses”, dizia, por seu turno, a pequena Rita Antunes, 10 anos. “E uma homenagem aos momentos da história de Portugal”, acrescentava o colega, Manuel Costa.

Tudo culminou com a evocação da conquista da liberdade através do movimento dos capitães, em sinal da Liberdade alcançada com a Revolução do 25 de Abril de 1974. Antes disso homenageou-se o escritor e poeta Fernando Pessoa, o Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, o futebolista Eusébio e a fadista Amália Rodrigues, entre outros. E enquanto iam desfilando as personalidades – ligadas à Ciência, às Artes, à Literatura e ao Desporto –, ouvia-se como pano de fundo um cantor da Liberdade e dos ideais de Abril: Zeca Afonso.

Joana Fraga, Bruna Bicha e Inês Vicente, todas de 12 anos, vinham vestidas de vermelho, com um cravo da mesma cor na mão: “Nós representamos a liberdade, representamos a libertação das pessoas que estavam presas antes da Revolução dos Cravos que significa a conquista da liberdade de expressão.” Os colegas Paulo Ferreira e Gonçalo Costa, ambos vestidos como os soldados do MFA – Movimento das Forças Armadas, foram os seus libertadores: “Foi o fim da ditadura e o início da liberdade!”

Goreti David, responsável pela organização, explicou que o mote foi dado com a comemoração dos 100 anos da implantação da República e a viagem no tempo fez-se à boleia do célebre hidroavião de Gago Coutinho e Sacadura Cabral. “Foi como que uma incursão pelo século, realçando pessoas e momentos considerados por nós importantes. Este tema foi trabalhado em todas as salas de aula desde os dois anos, adequando os conteúdos às idades dos alunos – fizeram-se, por exemplo, jogos de palavras para trabalhar Fernando Pessoa, cantou-se com eles e ouviram-se fados da Amália, por isso ficaram tão empolgados.”

O corso de carnaval desta instituição movimenta sensivelmente um milhar de alunos e dezenas de funcionários, proporcionando sempre eventos de grande qualidade, integralmente gerados pela criatividade da “prata da casa” da Fundação.

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“Há trabalhadores que estão a ser discriminados”

18/02/2010 3 comentários

LOCAL. Mais de 30 trabalhadores (operários) da Junta de Alverca manifestaram-se, no passado dia 11, exigindo progressão na carreira e melhoria das condições físicas de trabalho.

Mário Caritas

Mais de três dezenas de trabalhadores da Junta de Freguesia de Alverca (JFA), a maioria pessoal operário, manifestaram-se na manhã do passado dia 11, em frente ao edifício da junta, reivindicando “o cumprimento da lei da opção gestionária e a melhoria das condições de trabalho, nomeadamente a realização das obras há muito prometidas no balneário masculino”.

Antes desse momento, os pontos foram debatidos em forma de plenário no refeitório da JFA. João Vieira, sindicalista do STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, explicou que a autarquia não está a cumprir as regras da opção gestionária, ou seja, não está a reconhecer a progressão dos seus funcionários na carreira, tal como manda a lei.

“O que os trabalhadores pedem é que se faça cumprimento daquilo que é a lei sobre a opção gestionária, ou seja, que se reconheça a progressão dos trabalhadores na carreira, nomeadamente daqueles cujas últimas classificações de serviço foram «bom». No entanto, houve seis trabalhadores que progrediram na carreira, logo pensamos que está a haver discriminação entre os funcionários.”

Quanto à questão do balneário dos homens, reivindica-se o cumprimento de uma alegada promessa do actual presidente do executivo. “Os balneários estão muito degradados, têm muita humidade; o senhor presidente há mais de dois anos que diz que faz as obras, mas até hoje ainda não fez nada. Aquilo está uma lástima e põe inclusive em risco a saúde dos trabalhadores.”

Contactado pelo “NA”, o presidente da JFA, Afonso Costa, referiu que actualmente a junta não tem orçamento para reconhecer a progressão na carreira aos seus quase 100 trabalhadores. “Isso implicaria um orçamento de aproximadamente 32.000 euros, o que colocaria inclusivamente em causa o próprio funcionamento normal da junta.”

Actualmente os trabalhadores são avaliados pelos respectivos encarregados, cuja avaliação é depois validada ou não pelo executivo. Quanto àqueles que tiveram uma progressão na carreira, “é porque foram avaliados com a nota de «excelente» ou «muito bom»; aliás em 2009 progrediram seis trabalhadores na carreira e 10 em 2008, mas não temos verba para conseguir aplicar isso a todos”.

Em relação aos balneários masculinos, o eleito reconhece as actuais carências e refere que, no futuro, “serão remodelados e redimensionados.” Para já aguarda-se pelas obras de reabilitação dos antigos Lavadouros públicos para onde passará a sede do grupo etnográfico local e que servirão também para acolher o parque automóvel da junta. “Após isso, adaptaremos a actual sede do grupo etnográfico (situada na Quinta da Vala) para servir de apoio a quem trabalha da estrada nacional para sul, ao passo que os restantes trabalhadores continuarão a utilizar os actuais balneários (situados junto à sede da JFA) que serão alvo de uma intervenção de fundo que ainda não acontecerá este ano.”

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