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Como dar a volta à crise?

Mário Caritas

SOCIEDADE. Especialistas debateram, na Fundação CEBI, as formas de dar a volta à crise, tendo como pano de fundo o livro do jornalista Luís Lopes intitulado: “Seja mais esperto do que a crise.”

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Da esq. para a dta: José Pico, António Carmo, Mª Luz Rosinha e Luis Ferreira Lopes

“Como dar a volta à crise” serviu de mote ao debate realizado no auditório da Fundação CEBI, em Alverca, no passado dia 20, que teve como pano de fundo o livro lançado em Fevereiro pelo jornalista Luís Ferreira Lopes (editor de Economia da SIC, residente em Alverca) intitulado: “Seja mais esperto do que a crise.” Para além do próprio Luís Lopes, tomaram da palavra Maria da Luz Rosinha (presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira), o empresário José Pico (presidente da direcção da Adine – Associação de Dinamização Empresarial) e José António Carmo (presidente do conselho de administração da Fundação CEBI).

Coube a José Carmo fazer as honras da casa, perante uma plateia que “esgotou” o espaço do auditório. Entre outros aspectos, este destacou no livro o capítulo “a década das ilusões”, para explicar o período recente em que “as empresas e as famílias ganharam a ilusão de que o crescimento económico e o bem-estar iriam durar para sempre, enveredando por uma euforia consumista; mas que teve um ponto final que aconteceu de forma abrupta”.

José Pico, administrador das empresas Anivite e Aquapor, recordou, por sua vez, o exemplo dos chineses para quem “o trabalho é um valor”, afirmando existirem valores que é preciso saber agora transmitir aos mais novos. “É fundamental os jovens perceberem que o comportamento, atitude e capacidade de reacção têm que estar sempre presentes; aliás a maior crise do nosso país é precisamente uma crise de comportamento e aquilo que eu puder fazer hoje não devo adiar para amanhã. Não podemos deixar passar os prazos das coisas que temos de fazer porque às vezes uma oportunidade só aparece uma vez e nunca sabemos se esta aparece no primeiro minuto de oportunidades, logo o melhor é aproveitar o primeiro minuto. É o que tem acontecido comigo e é isso que eu procuro transmitir.”

“Estou preocupado com 2020”

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O auditório da CEBI encheu por completo

Já o jornalista Luís Ferreira Lopes, especialista em assuntos económicos, mostrou-se preocupado com o médio prazo. “Temos a obrigação moral de preparar um futuro melhor para os nossos filhos. Nos próximos anos vamos ter uma recuperação lenta, tal como Espanha. E vamos ter que inovar, vamos ter que mudar possivelmente certos modelos produtivos, vamos ter que perceber o que é que os outros nos querem comprar para apostarmos nisso; e se for necessário reformularemos tudo porque precisamos de sobreviver. No fundo, temos que ganhar balanço para preparar a próxima década, pois em Portugal a crise está ainda no início. Estou muito preocupado com o ano de 2020, não com 2009 ou 2010.”

A presidente do município defendeu, por seu turno, a penalização de quem prevarica – “o cidadão comum precisa de acreditar que faz sacrifícios com um objectivo claro e que quem prevaricou, como aconteceu com alguns bancos, tem de ser castigado” – e avançou algumas ideias práticas: “Temos que introduzir medidas de poupança a todos os níveis – desligar a luz, gastar menos água, não usar tanto o telemóvel, etc.; são estes aspectos da economia doméstica que eu procuro transpor para a câmara municipal.” Enquanto edil uma das medidas que adoptou entretanto foi o pensar global… à escala concelhia: “Sempre que possível damos os nossos trabalhos às empresas do concelho, só quando não é possível é que recorremos às de fora.”

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